O Parque Ecológico Riacho Fundo, administrado pelo Instituto Brasília Ambiental, conta com viveiro de mais de 100 mudas de plantas nativas do Cerrado, das quais 50 são medicinais aromáticas e condimentares. A produção é o resultado de um trabalho conjunto de voluntários da comunidade local com os agentes daquela Unidade de Conservação (UC).
Um passeio pelo viveiro é possível encontrar mudas de ipês amarelo, verde, roxo, rosa, vermelho, como também buriti, pequi, araticum, mutamba, aroeira, macaúba, paineira do cerrado, cajuzinho do cerrado, sucupira, araçás, açaí do cerrado, babaçu, baru, abacaxis do cerrado, entre outras espécies.
“Nosso foco é valorizar as espécies endêmicas, mostrando a importância da preservação do bioma e a importância que elas têm para a manutenção do Cerrado. Também é o de divulgar o relevante valor econômico de muitas dessas frutíferas para a produção de sucos, picolés, cremes e sorvetes, além do uso na culinária local”, explica Celso Macedo Costa, agente de Unidade de Conservação do parque.
As mudas produzidas no viveiro são plantadas no próprio parque em áreas degradadas, áreas verdes, e nos terrenos baldios, com a finalidade também de impedir que os locais se tornem despejos de lixo. O excedente é distribuído para outros parques, escolas e comunidade, que, segundo o agente, tem uma relação muito boa de pertencimento com a UC. “Eles cuidam, adotam árvores, e também buscam plantas de lá para fazer chás”, conta Costa.
Além da produção de mudas e plantio, os agentes, em conjunto com a comunidade, fazem compostagem, mantém um minhocário, reaproveitando produtos orgânicos produzidos no próprio parque. No viveiro, ensinam-se estudantes e a comunidade local a reaproveitar não só o material orgânico produzido em casa, como as embalagens para fazer as mudas.
O também agente da UC, Jeovane Lúcio de Oliveira, esclarece que o viveiro e as plantações do parque quase não contam com ataque de insetos, porque o trabalho é feito sempre visando o equilíbrio ambiental. “Usamos produtos naturais caseiros com ervas com propriedades repelentes e também produtos usados no nosso dia a dia, como por exemplo, pó de café com extrato de folhas de mamona”, ensina.
História – O viveiro de mudas de plantas nativas do Cerrado do Parque Ecológico do Riacho Fundo foi criado em 2014, de forma sustentável, com captação de águas pluviais; e com o desafio de instalar uma caixa d’água de 16 mil litros e mais duas de cinco mil litros – todas em funcionamento.
Celso Costa narra que, além dele, o agente José Reis, hoje atuando no parque Águas Claras, e o analista Antônio Angelo, que é morador do Riacho Fundo, perceberam a grande necessidade de restaurar as várias nascentes locais e as áreas degradadas daquele parque. Com o objetivo de educação ambiental a comunidade foi chamada a participar, e o trabalho foi iniciado.
Por meio do Serviço de Aprendizagem Rural (Senar-DF) os agentes fizeram cursos de viveirista, de produção de ervas medicinais aromáticas e condimentares, hortas orgânicas e plantas alimentícias não convencionais (Pancs). Todo o aprendizado vem sendo aplicado na unidade.
Diversidade biológica – O Parque Riacho Fundo foi criado pelo Decreto-lei nº 1.705/97 com o objetivo de garantir a diversidade biológica da fauna e flora locais, preservando o patrimônio genético e a qualidade dos recursos hídricos disponíveis. A UC abrange uma área de 480 hectares e recebe uma média mensal de 6,4 mil visitantes, possuindo estrutura de educação ambiental com sala de aula, galpão coberto e trilha ecológica.
Parte do ribeirão Riacho Fundo – incluídas as nascentes – está situada no interior do parque, que engloba uma área de grande extensão de mata, vegetação nativa de cerrado, pastos e bosques de espécies exóticas. O local está aberto à comunidade das 8h às 12h e das 13h30 às 17h, com entrada franca.
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