Governo do Distrito Federal
Governo do Distrito Federal
12/06/25 às 13h34 - Atualizado em 12/06/25 às 13h35

Onça-parda: Brasília Ambiental e comunidade tratam do assunto

COMPARTILHAR

Texto: Bety Rita Ramos / Revisão: Juliana Pinho / Fotos: Mariana Parreira

 

Técnicos da área de fauna do Instituto Brasília Ambiental se reuniram com a comunidade do Lago Norte, na noite de quarta-feira (11), na sede da Administração Regional local, para prestar informações sobre como lidar com a fauna silvestre.

 

A reunião foi motivada pelo avistamento, nos últimos dias, de uma onça parda, com dois filhotes, que estaria circulando na área rural da região, que é uma Área de Proteção Ambiental (APA). Os animais teriam sido vistos, mais especificamente, entre as chácaras dos Núcleos Rurais Córrego do Urubu e Olhos d`água, que são considerados corredores ecológicos.

 

A agente de Unidade de Conservação do Instituto, que está à frente do Projeto de Monitoramento de Médios e Grandes Mamíferos Silvestres, Marina Motta, explicou que não há motivo para pânico por parte da população, até porque a onça-parda vê o ser humano como predador.

 

“O ser humano não faz parte da dieta natural da onça-parda. A relação entre humanos e as onças, aqui no Distrito Federal, é sempre de caça ao animal. Elas, na realidade, não oferecem nenhum perigo, por terem medo das pessoas. Aprenderam a fugir por vê-los como uma ameaça. Geralmente percebem pessoas no ambiente bem antes de serem notadas e o comportamento natural é o da autopreservação, seguindo seu caminho e evitando o confronto”, esclareceu a especialista, respondendo às dúvidas dos moradores locais.

 

Informou também o motivo do aparecimento de onças naquela região. “As onças precisam de grandes áreas preservadas para sobreviver. Os Núcleos Rurais, onde foram avistadas, são conectores ambientais às Unidades de Conservação onde elas, efetivamente, vão encontrar o abrigo e as condições necessárias para viver. Então, elas estão só de passagem”, deixou claro.

 

Mesmo enfatizando que é uma possibilidade rara, a especialista orientou que, caso uma pessoa se depare com uma onça frente a frente, o comportamento correto é manter a calma, não dar as costas para a onça, e aguardar, porque a tendência é ela seguir o seu caminho, se afastando. “Caso o encontro demore um pouquinho, e a pessoa queira fazer alguma coisa, o ideal é usar um aparelho sonoro, tipo apito, buzina porque isso já afasta o animal”, ensinou.

 

Manejo dos animais de criação – A especialista orientou também que, com relação a animais que fazem parte da criação dos proprietários do local, o comportamento deve ser mantê-los em local iluminado próximo à sede da propriedade, manter cães de guarda e usar, também, de dispositivos sonoros.

 

Segundo Motta, a aparição de onça-parda é um indicador da boa qualidade ambiental do local onde ocorreram os avistamentos. “Onças buscam lugares de água limpa, bem preservados, com bom clima, boa temperatura. Os grandes felinos são muito exigentes”, lembrou.

 

A vice-governadora, Celina Leão, parabenizou a iniciativa da autarquia de reunir sua equipe e promover esse encontro de esclarecimentos e conscientização ambiental da população. “O Brasília Ambiental cumpre, como sempre, seu papel, de orientador, norteador das melhores práticas ambientais para a preservação da fauna do nosso Cerrado”, disse.

 

O presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer, destacou que a intenção do órgão, ao organizar este encontro, foi dar tranquilidade à população e garantir a preservação dos felinos.

“Acredito que nosso objetivo foi alcançado. Contamos com o apoio e o acolhimento do administrador regional que convocou a comunidade. E nossa equipe técnica se colocou à disposição para passar todas as informações necessárias, para orientar como agirem e nos ajudar a preservar esses animais, que como todos os outros, têm papel fundamental para a manutenção do equilíbrio ecológico do nosso bioma”, lembrou.

 

O administrador regional do Lago Norte, Marcelo Ferreira, endossou as palavras do presidente do Instituto, e reforçou que o objetivo da iniciativa foi acalmar e conscientizar a população.

“Esperamos que com esses esclarecimentos, não incorram em agressão, matanças aos animais silvestres. A orientação foi dada para uma maneira de convivência harmônica, já que o Lago Norte é composto por 19 zonas rurais, que são corredores ecológicos, portanto, o caminho que os animais precisam fazer”, ressaltou.

 

O administrador anunciou ainda que o trabalho de conscientização para a boa convivência entre pessoas e animais não vai parar por aí. “Em breve deve acontecer outro encontro, no mesmo padrão deste, voltado aos saruês, muito comuns no Lago Norte”.

 

Monitoramento – Desde a notícia do possível avistamento, o Brasília Ambiental está mantendo a área monitorada com câmeras fotográficas, instaladas em pontos estratégicos, cujas imagens são avaliadas pelos especialistas do Instituto. Porém, até o momento os equipamentos não registraram a presença dos felinos. Além disso, a equipe faz rastreamento dos animais silvestres, com a identificação de pegadas e qualquer outro possível vestígio.

 

O órgão ambiental ressalta que essas medidas não objetivam, de forma alguma, a captura dos animais, que estão apenas seguindo seu percurso natural, se deslocando para uma Unidade de Conservação. Visam sim, propiciar-lhes condições seguras de mobilidade.

 

Brasília Ambiental - Governo do Distrito Federal

SEPN 511 - Bloco C - Edifício Bittar - CEP: 70.750-543