O Instituto Brasília Ambiental, por meio da Gerência de Fauna Silvestre (Gefau), publicou nesta quinta-feira (18), o edital de chamamento público no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), para a execução da segunda etapa do Projeto de Monitoramento das Capivaras no Distrito Federal. O projeto visa entender melhor como as capivaras se comportam, para resguardar as populações humanas do surgimento de possíveis zoonoses ou conflitos e, ao mesmo tempo, proteger os animais silvestres e as funções ecológicas que eles desempenham. As propostas podem ser apresentadas até dia 27/08.
A primeira etapa do projeto ocorreu na Orla do Lago Paranoá. A continuação do estudo vai incluir este local e avançar para outras áreas onde as capivaras também aparecem no DF. Essa segunda etapa está sendo realizada por meio de um chamamento público regido pelo Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil (MROSC).
O gerente de fauna do Instituto, Rodrigo Santos, explica que a segunda etapa envolve estudos de controle dos carrapatos, de alternativas de manejo para capivaras na região (ou manejo de habitat), estudo para proposição de alternativas que impeçam que as capivaras acessem determinadas vias dos Lagos Sul e Norte e, ainda, estudo de soroprevalência dos mamíferos que habitam a orla.
Rodrigo Santos, acrescenta que, além dessas linhas de atuação, a segunda parte vai ampliar e abarcar outras áreas de pesquisa. Um exemplo dessas novas vertentes é o Estudo de Variabilidade Genética, cujo objetivo será compreender o grau de parentesco entre grupos e dentro de cada grupo de capivara. “Com essa inferência será possível avaliar se as populações são, geneticamente, diferenciadas, com fluxo gênico limitado entre as microbacias hidrográficas da região, e se é possível realizar o manejo dessas populações da orla do lago Paranoá. Ou seja, se retirar esses indivíduos do local é uma estratégia viável ou se eles continuarão vindo de outros lugares ”, esclarece.
Para o presidente da Autarquia, Rôney Nemer, o estudo traz esclarecimentos para a população sobre a real situação da nossa fauna no Distrito Federal. “A nossa biodiversidade no Cerrado é muito rica, e as capivaras tem sido prejulgadas. Nosso objetivo é encontrar a melhor forma de coexistência de seres humanos e da nossa fauna”.
De acordo o representante da Diretoria de Vigilância Ambiental e Saúde, Anderson Leocádio, “O estudo trará um importante avanço na adoção de medidas de prevenção sobre riscos epidemiológicos de zoonoses e estará disponível para outros entes federativos que lidam diariamente com lacunas de informações acerca do assunto”.
Educação Ambiental – Mas não para por aí! A educação ambiental também está inserida no projeto. O foco das ações desse eixo será a conservação da fauna silvestre, a convivência pacífica com capivaras, zoonoses, medidas de controle de carrapatos, manejo ambiental. E ainda, medidas preventivas individuais, calcadas nos termos da abordagem integrativa de Saúde Única, que envolve a conexão entre a saúde humana, animal e do meio ambiente.
A previsão da Gefau é que até o mês de outubro, vencidas todas as fases especificadas no edital, o Brasília Ambiental já conte com uma Organização Não Governamental (ONG) contratada para dar início, efetivo, as pesquisas de campo.
Esta ação envolve, além do Brasília Ambiental, as Secretarias de Meio Ambiente e Proteção Animal (Sema) e de Saúde do DF. Executada pela Sema, a primeira fase aconteceu nos anos de 2021 e 2022, e foi apresentada em 2023. Seu objetivo foi o monitoramento das populações de capivaras na Orla do Lago Paranoá e no levantamento dos carrapatos.
Para conferir o edital e todos os detalhes do chamamento, clique aqui.
Dúvidas sobre o edital podem ser sanadas pelo e-mail fauna@ibram.df.gov.br ou pelo canal de atendimento do Whatsapp (61) 99187-3064
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