O Instituto Brasília Ambiental (Ibram) promoveu, na manhã deste sábado (12), as comemorações dos 55 anos de criação da Estação Ecológica Águas Emendadas (Esecae), no Centro de Informações da Unidade de Conservação (UC), localizada em Planaltina. O evento contou com a presença do presidente do Instituto Brasília Ambiental, Rôney Nemer; do vice-presidente do Comitê Científico do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos Internacional), Sérgio Ribeiro e de demais representantes da área ambiental que desenvolvem trabalhos relacionados à reserva.
Na ocasião, Nemer destacou a importância da data. “O dia 12 de agosto é um marco para nós, que preservamos o meio ambiente, por ser o aniversário de uma Unidade de Conservação sem igual no mundo devido às nascentes que vertem para caminhos distintos formando as Bacias do Prata e do Araguaia. Parabenizo a todos que contribuem com a guarda deste local”, celebrou o presidente da autarquia ambiental.
A cerimônia foi marcada pelo descerramento do novo layout da placa do Escudo de Água e Patrimônio, láurea concedida, de forma inédita em 2018, para uma reserva natural latino-americana, devido à significativa proteção de sua paisagem hídrica.
“Esse reconhecimento, que é confirmado e renovado hoje, demonstra que Águas Emendadas faz a conexão entre água, cultura e patrimônio, por meio da sua história para a construção da capital federal, da conservação e do abastecimento público e da diversidade biológica”, comentou o representante do Icomos Internacional, Sérgio Ribeiro.
O administrador da Esecae, Gesisleu Jacinto, também fez menção ao aniversário e a notoriedade da UC. “Estamos muito felizes pela Estação estar completando 55 anos neste sábado e, no momento, por estar sendo relembrada a certificação internacional que a confere como sendo um local diferenciado no contexto global”, exaltou o gestor da reserva.
A festividade contou ainda com a presença da promotora de Justiça de Defesa do Meio Ambiente (Prodema/MPDFT), Cristina Rasia; do representante da Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento do DF, Cláudio Odilon; do professor da Academia Planaltinense de Letras, Francisco Mendes; da educadora ambiental Muna Yousef e do professor da Academia Popular de Arte e Cultura, Mário Castro.
Acontecimento raro – A Esecae criada pelo Decreto 771 da Prefeitura do Distrito Federal, em 12 de agosto de 1968, inicialmente como reserva biológica é a principal área de proteção mantida pelo governo local, por abrigar o fenômeno único da união de duas nascentes que seguem de um lado para o Rio Maranhão, formando a Bacia do Tocantins/Araguaia, e, para o outro lado, em direção ao Córrego Fumal e o Rio São Bartolomeu, formando a Bacia do Paraná. Essa última, de relevância internacional, por formar a bacia Platina que banha os seguintes países vizinhos ao Brasil: Argentina, Paraguai e o Uruguai.
Em 1992, a Esecae foi declarada pela Unesco área nuclear da Reserva da Biosfera do Cerrado e, em 2018 – ano em que completou 50 anos de existência -, se tornou o sexto lugar do mundo e o primeiro da América Latina, a receber o prêmio internacional Escudo de Água e Patrimônio (Water and Heritage Shield), outorgado pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (Icomos – Holanda), em reconhecimento pela sua preservação hídrica e cultural.
Seu destaque vai além da preservação da beleza cênica e da rica biodiversidade, pois também é fonte de captação de água para abastecimento público da região, operada e mantida pela Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb). Por ser uma Unidade de Conservação de Proteção Integral, as visitas são restritas e apenas ocorrem de forma guiada.
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