O Instituto Brasília Ambiental foi representado pela técnica de Planejamento Urbano e Infraestrutura Ana Paula Camelo, na 4ª Conferência Regional América Latina & Caribe da Ecosystem Services Partnership (ESP-LAC), realizado entre os dias 6 a 10 de novembro, na cidade de La Serena, no Chile. O trabalho Análise da Influência da distância às Unidades de Conservação no Distrito Federal, desenvolvido em parceria com Instituto Federal de Brasília (IFB), foi aprovado pelos organizadores do evento para apresentação na sessão Projeções e Desafios futuros da valoração socioeconômica dos serviços ecossistêmicos culturais na América Latina.
A servidora da autarquia ambiental destacou a importância de participar representando o Brasília Ambiental e o Brasil, pela troca de vivências com os países vizinhos e do continente europeu que estavam presentes, bem como, contatos para futuros trabalhos em conjunto.
“A troca de experiências é fundamental para que possamos criar soluções para os entraves encontrados ao redor do planeta e, como a nossa realidade de termos Unidades de Conservação de diversos tamanhos, com diferentes funções, serviços ecossistêmicos variados e, mais importante, o mosaico e configuração delas junto as cidades, o Distrito Federal pode ser tornar uma exemplo mundial de estratégias de desenvolvimento sustentável e atingir mais facilmente as metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU) para 2030”, comentou Ana Paula Camelo.
Serviços Ecossistêmicos – Segundo a técnica de Planejamento Urbano, os serviços ecossistêmicos são os benefícios que os ecossistemas oferecem, de forma direta ou indireta, para a população e o planeta. O bem-estar populacional e econômico depende da disponibilidade de recursos naturais, que compõem o chamado capital natural. “E é fundamental para o Brasília Ambiental, enquanto órgão executor das políticas de meio ambiente ter e saber a quantidade desse capital natural no qual é responsável. Com base nisso, foi apresentado um estudo de caso inicial sobre a atribuição de valor aos imóveis na região administrativa de Águas Claras com base no baixo índice de área verde por habitante e a predominância de prédios residenciais”.
No estudo observou-se que os imóveis maiores e mais caros estão localizados a menos de 200 metros do Parque Ecológico Águas Claras derivado, principalmente, dos serviços ecossistêmicos estéticos providos pela Unidade de Conservação. Ao mesmo tempo, os menores e mais baratos estão mais distantes podendo indicar o início do processo de gentrificação verde (exclusão social pautada na mercantilização de espaços com infraestrutura ambientalmente amigável, também chamada de infraestrutura verde).
“Com isso, tem-se a informação do valor estético exercido pelo Parque Ecológico e, ao mesmo tempo, a responsabilidade de se evitar esse fenômeno, aumentando o número de áreas verdes por habitantes na região e promovendo o direito ao meio ambiente”, acrescentou Ana Paula Camelo.
Conferência – O encontro internacional teve como objetivo fornecer uma plataforma para que profissionais, pesquisadores e entusiastas, no campo dos serviços ecossistêmicos, se reúnam e troquem percepções, discutam tendências emergentes e colaborem em soluções, fortalecendo os esforços da comunidade em direção ao desenvolvimento sustentável.
Na região da América Latina e Caribe já foram realizadas conferências na Colômbia (2016), no Brasil (2018) e México (2020, online).
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