Controlar o fogo exige preparo, técnica e experiência. Por isso, o Instituto Brasília Ambiental realiza treinamento dos brigadistas florestais do Distrito Federal para a prevenção e o combate a incêndios florestais. A ação, que encerrou nesta sexta-feira, 18/8, faz parte da 4ª e última etapa do processo seletivo simplificado para contratação temporária de chefes de esquadrão e brigadistas florestais que atuarão nas Unidades de Conservação do DF, sob a gestão da autarquia, durante o período de estiagem.
A contratação dos brigadistas se insere no Plano de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PPCIF), coordenado pela Secretaria de Meio Ambiente do DF (Sema). Ao todo, serão selecionadas 150 profissionais para contratação imediata, sendo 120 brigadistas e 30 chefes de brigada. Será também formado um cadastro reserva com 15 chefes de esquadrão e 60 brigadistas. Porém, não há obrigatoriedade de contratação desse cadastro por parte da autarquia.
A formação ocorre após a entrada em vigor da Lei nº 7.657/2025, que ampliou o tempo de contratação dos brigadistas para dois anos, prorrogáveis por mais um. “A nossa seleção acontecia anualmente e, antes, era feita por decreto emergencial. Com esse novo modelo, conseguimos investir em equipamentos de melhor qualidade, o que reduz custos para o Estado e permite um trabalho preventivo mais eficiente”, explica o diretor da Diretoria de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (Dpcif) do Instituto Brasília Ambiental, Érisom Cassimiro.
Com mais tempo de contrato, os brigadistas podem se preparar melhor para o período da seca e atuar em ações de prevenção nos meses de chuva. “Eles passam a trabalhar na manutenção das trilhas, das unidades e no apoio aos parques”, completa Cassimiro.
Novo Formato – Esta é a primeira vez que a autarquia realiza o processo seletivo com esse novo formato, que inclui as etapas análise curricular, Teste de Aptidão Física (TAF), Teste de Habilidades no Uso de Ferramentas Agrícolas (THUFA) e o curso de formação. Foram selecionadas 280 pessoas para essa última fase, e divididas em duas turmas de 140 alunos. Dessas, 55 serão eliminadas.
“A gente tem o hábito de formar brigadistas mesmo fora das contratações, dentro do Plano de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (PPCIF), em parceria com o Corpo de Bombeiros, ICMBio e Ibama. Os cursos também funcionam como uma ferramenta de educação ambiental, além de preparar profissionais para o mercado”, explica Cassimiro.
Em 2024, o Relatório de Área Queimada (Promoaq) registrou 58 áreas atingidas por incêndios, entre parques e Unidades de Conservação, totalizando 583 Registros de Incêndios Florestais (RIF). Foram consumidos 2.754,49 hectares, número que, embora alto, está dentro da média histórica — reflexo da resposta rápida dos brigadistas florestais.
A expectativa para este ano, segundo o diretor, é de redução na área atingida. “Os brigadistas monitoram constantemente as unidades. No menor sinal de fumaça, eles já estão prontos para agir. Quanto mais cedo o combate começa r, mais fácil é conter o fogo”, afirma.
Simulação na prática – Durante o curso de formação os participantes aprendem sobre os equipamentos, ferramentas e técnicas de combate a incêndios florestais. “Aliamos teoria e prática. Pela manhã, eles têm aulas sobre manejo e comportamento do fogo. À tarde, partimos para as atividades práticas, com uso direto das ferramentas e simulações com fogo real”, explica o agente de Unidade de Conservação, Gesisleu Darc Jacinto, um dos instrutores de brigadas de incêndio florestal do DF.
O objetivo é formar novos instrutores e garantir autonomia do Brasília Ambiental nas capacitações. “A capacitação que recebemos já foi um grande avanço. A meta agora é formar mais servidores do Ibram como instrutores, o que nos dará autonomia para ministrar os cursos sempre que necessário”, completa Gesisleu.
Pela primeira vez atuando na área, a brigadista em formação Katiuscia Santana, 45 anos, destaca o impacto do curso em sua visão sobre o meio ambiente. “Não é só sobre combater incêndios, é também sobre preservar os parques e conscientizar a população. Eu já frequentava muito o parque próximo da minha casa, no Riacho Fundo II, e sempre admirei o trabalho dos brigadistas. Agora, quero fazer parte disso”, afirma.
A vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão, destaca a importância das iniciativas para a proteção do meio ambiente, especialmente, no período de estiagem. “Nossa gestão está totalmente comprometida com a proteção do meio ambiente, o que inclui estarmos preparados para enfrentar o período mais crítico da seca. Nossos brigadistas estão prontos para agir e não pouparão esforços para proteger o nosso Cerrado e toda sua biodiversidade”, salienta.
Para o presidente do Brasília Ambiental, Rôney Nemer, a realização desse processo seletivo, com a novidade da contratação por maior tempo, é uma grande conquista da área ambiental. “Estes profissionais desempenham papel essencial na prevenção e no combate ao fogo. Quanto mais cedo eles forem contratados e quanto mais tempo puderem estar atuando, melhor para a preservação do nosso Cerrado, em especial, nossas Unidades de Conservação. Os brigadistas florestais são verdadeiros guardiões do meio ambiente, por isso nos esforçamos para tê-los conosco por um período maior”, ressalta.
Próximas etapas – De acordo com o cronograma do processo seletivo simplificado, no dia 22, próxima terça-feira, será publicado o resultado preliminar da quarta e última etapa. Os dias 22 e 23, terça e quarta-feira, serão destinados a recepção de recursos desse resultado. No dia 24, quinta-feira, será publicado o resultado final da quarta e ultima etapa e será feita a convocação dos selecionados. Nos dias 28 e 29 de julho apresentação de documentação e assinatura de contrato. No dia 1º de agosto será a solenidade de posse e o início de atuação da nova brigada florestal, que será dividida em grupos e distribuída em várias Unidades de Conservação sob a gestão do Brasília Ambiental.
*Com informações da Agência Brasília
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