A edição do Ciclo de palestras do mês de maio contou com a apresentação dos resultados preliminares dos trabalhos realizados em Unidades de Conservação (UCs) do Distrito Federal, pelo meliponicultor Roberto Montenegro e pela bióloga, Débora Pires Paula. O foco dos estudos são as abelhas nativas de ferrão atrofiado, que popularmente são chamadas de abelhas nativas sem ferrão (ASF).
Durante o evento, transmitido pelo canal do YouTube do Brasília Ambiental, Montenegro apresentou uma prospecção das abelhas brasileiras, dos grupos meliponíneos (a exemplo da Jataí e a Uruçu amarela) e solitárias (Centris e Euglossa) sem-ferrão encontradas nas UCs do DF. O pesquisador falou de suas características, castas sociais, ornamentação da entrada dos ninhos, as espécies, a importância das abelhas para a humanidade e o fator econômico.
“As abelhas são os seres mais eficientes e importantes polinizadores na natureza, pois são responsáveis por até 90% da polinização da flora nativa, o que contribui para a manutenção da biodiversidade, aumenta a produção de alimentos, com frutos maiores e mais saudáveis e a melitocoria, que é a dispersão de sementes”, explicou o diretor presidente da Associação de Meliponicultores do Distrito Federal (AMe-DF).
Já a ênfase do estudo de Débora Pires, que é pesquisadora na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen), são as abelhas Uruçu Amarela (Meliponarufiventris). Durante a palestra, expôs as características, locais de ocorrência e dados prévios do Projeto Rufi, de avaliação da diversidade genética e o risco da movimentação dos ninhos.
“Um aspecto importante evidenciado pelo monitoramento foi a diversidade de espécies encontradas nas Unidades de Conservação do DF: 64. E os parques com maior riqueza de abelhas foram o Parque Ecológico Burle Marx e o Parque Distrital do Gama, ambos com 30% e o Parque Ecológico Córrego da Onça, com 28%”, comentou a bióloga.
O evento também contou com a presença da técnica em planejamento e infraestrutura urbana, Lorena Ribeiro, que é responsável pelas pesquisas nas UCs administradas pelo Brasília Ambiental. Essa atribuição é prevista na Lei Complementar nº 827/2010 – Sistema Distrital de Unidades de Conservação (SDUC) – que diz que as pesquisas devem ser controladas e autorizadas pelo órgão gestor das UCs.
“Nós fazemos esse procedimento de acolhimentos dos pesquisadores, destinação das pesquisas e facilitação nas nossas unidades. E as informações coletadas são muito importantes para subsidiar uma série de decisões na gestão das áreas protegidas”, finalizou a servidora.
Conhecimento – O projeto Ciclo de palestras: Compartilhando Saberes é uma ação da Qualidade de Vida no Trabalho do Instituto Brasília Ambiental que existe desde 2019. A iniciativa foi reconhecida em 2023, no 1º Encontro Anual de Qualidade de Vida no Trabalho da Secretaria de Fazenda do Distrito Federal, com o prêmio Selo Qualivida 2023, na categoria bronze, no seguimento autarquias.
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