Servidores do Instituto Brasília Ambiental (Ibram) participaram nesta terça e quarta-feira, 11 e 12 de dezembro, de um curso ministrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) sobre diretrizes metodológicas para elaboração da Lista de Fauna Ameaçada do Distrito Federal e Goiás – também conhecida como Lista Vermelha.
Participaram representantes da Gerência de Monitoramento da Qualidade Ambiental e Gestão dos Recursos Hídricos (Gemon) e da Gerência de Planejamento de Unidades de Proteção Integral (Geuni) do Ibram, além de membros da Secretaria de Meio Ambiente de Goiás, professores da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Católica (UCB).
De acordo com o analista do Ibram e membro da equipe da Gemon, Almir Figueiredo, o curso apresentou aos alunos os conceitos para aplicação do método adotado pela International Union for Conservation of Nature (UICN), a exemplo das categorias de classificação do grau de ameaça e critérios de enquadramento, e demonstrou como se dá a aplicação prática deles. “Também recebemos orientações sobre como deve ser feita a organização das oficinas que serão realizadas junto aos pesquisadores a fim de discutir a situação de conservação de cada espécie”, destacou Almir. O curso foi ministrado pelo analista ambiental do ICMBio, Carlos Eduardo Guidorizzi.
A Lista será elaborada em conjunto – Distrito Federal e Goiás – a fim de abranger uma parcela maior do território. A partir de agora, os coordenadores de cada grupo temático – mamíferos, aves, répteis, anfíbios, peixes, invertebrados terrestres e invertebrados aquáticos – darão andamento à elaboração de uma pré-lista das espécies mais vulneráveis. Em seguida, um questionário será aplicado junto a diversos pesquisadores da área. Os resultados serão apresentados e discutidos durante um workshop que fará a definição final das espécies que vão constar na Lista Vermelha.
No ano passado o Ibram deu início ao projeto Fauna-DF que, a partir de revisões bibliográficas, levantou o número de espécies de vertebrados que ocorrem no Distrito Federal. De acordo com Rodrigo Augusto Lima, analista ambiental do Ibram, o projeto foi o precursor das ações, já que o levantamento inicial das espécies existentes permitiu conhecê-las melhor.
Relevância ambiental
Os planos de ação para preservação da fauna brasileira são desenvolvidos a nível nacional. No entanto, a identificação das espécies ameaçadas a nível estadual facilita o direcionamento de ações e recursos em prol destas espécies. Além disso, as Listas regionais permitem refinar o rol de espécies passíveis de comercialização ou de criação doméstica. E, por fim, vale destacar a importância delas no processo de fiscalização quanto a crimes ambientais: quando são apreendidas espécies ameaçadas, como no caso de tráfico de animais, a punição será ainda maior. A Lista Vermelha funciona então como um agravante no processo de responsabilização dos envolvidos nestes crimes.
De acordo com a Lei Complementar nº 140/11, cabe aos Estados “elaborar a relação de espécies da fauna e da flora ameaçadas de extinção no respectivo território, fomentando as atividades que conservem essas espécies in situ”. Até então, a competência para elaboração das listas de espécies ameaçadas era da União.
Foto de capa: Divulgação MMA
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